Está aí uma coisa que me irrita: burocracia. Não digo que tudo deveria ser uma bagunça, mas que tem coisa simples que o povo complica, ah, isso temm!!

Antes da minha volta ao Brasil, Schatz e eu fomos até Munique para fazer uma procuração no Consulado Geral do Brasil para que eu pudesse resolver uns problemas pendentes aqui no Brasil (ele não tinha pegado o diploma ainda e fizemos a procuração para eu pegar o diploma por ele e movimentar a conta dele no Brasil, caso eu precisasse). Viajei com a procuração na mão e tudo certinho, achei que estava tudo lindo. Doce ilusão!! Gente, fui para a universidade, tirei o diploma tranquilo, mas na hora de sacar para pagar uma taxa, cadê que eu pude? Sim, estava tudo descrito na procuração e no banco me disseram que eles teriam que mandar a procuração para São Paulo, para que o pessoal de lá scaneasse a procuração e anexasse na conta virtual dele. Só depois disso eu poderia fazer algo.

Que preguiça que isso me dá! Pegar diploma já é um saco (te amo, amor!) e ainda ficam com essas regras que me irritam. Poxa, custa um pouco de empatia? Schatz não mora aqui, temos a procuração, somos casados, mostrei até nosso cartão do banco da Alemanha – lá nossa conta é conjunta. Gente, se no lugar onde a gente mora a nossa conta é conjunta, qual é a probabilidade d’eu querer “roubar” na conta de um país que a gente, no momento, vem só para férias? E olha o diálogo da mulher do banco:

Eu entendo a senhora e não estou dizendo que a senhora fez, mas… E se for falsificado?
Esta procuração é a original, com carimbo, adesivo e assinatura do Cônsul. Se eu conseguisse falsificar algo assim, teria um filme com a minha história(me referia ao “Pegue-me se for capaz”) e me desculpe, mas se eu tivesse realmente falsificado, eu sairia daqui com tudo o que eu quero resolvido. Essas regras só prejudicam quem é honesto.

Moral da história: saí indignada e pedi pro Schatz transferir pela internet (santa internet!). Dois dias depois a taxa estava paga e estamos só esperando o diploma ficar pronto para pegar. Agora sim, está tudo lindo!

Como não poderia faltar, faço agora a comparação de como funciona na Alemanha: não existe cartório, nem burocracia. Tem a papelada necessária? Ninguém te transfere para outro setor e nem te enrolam. Você sai do lugar com o que você quer e tem direito. Falar de reconhecer firma para um alemão, pode desistir! Ninguém nem entende a lógica disso! A europa toda é assim, creio eu! Pelo menos Áustria e Suíça são. Para vocês terem noção de como é o negócio, escrevo a primeira história que me veio à cabeça: como mozão é suíço (além de brasileiro), a gente precisava de um papel que só ele poderia pegar e precisávamos para o nosso casamento. Então teríamos que viajar até lá só para pegar este papel (teria que ser durante a semana, porque final de semana era fechado) e isso significava um dia a menos de trabalho pra ele além dos dias que ele já tinha tirado para o casamento na Suíça. Ok, Schatz mandou um e-mail para a responsável pelo setor na Suíça e autorizou a tia dele a buscar o papel. A tia dele mandou pra gente pelo correio e deu tudo super certo. Mandou um e-mail, minha gente! Outro exemplo: o contrato do novo trabalho de Schatz. Só teve uma entrevista pessoal. O resto foi tudo feito por telefone e e-mail. O contrato? A empresa assinou e mandou pelo correio pro Eric assinar. Ele assinou e mandou de volta pelo correio. Tudo certo. Problema nenhum!

Agora me responda: mesmo amando o Brasil de paixão, tem como não ficar revoltada com algumas coisas?

( )não tem como não se revoltar.
( ) você está certinha.
( ) se você tivesse errada, eu falaria. – e nesta hora você fica mudo -.

Sim, só tem essas três opções por hoje. 😛

Beijos, queridos!