Este é o terceiro post da série sobre intercâmbio! João Gozetto é brasileiro, fez intercâmbio aqui em Viena e compartilhou sua experiência com a gente! Ele já contou como encontrar a acomodação perfeita e se você não viu o primeiro post da série, veja aqui!

 

Texto escrito pelo João Gozetto, leitor e ex-intercambista na WU em Viena.

Hoje vou falar um pouco do dia a dia na faculdade. É diferente do que vivemos no Brasil, eu diria mais informal e prático.

No começo vem o grande desafio de fazer as primeiras amizades, afinal, ninguém quer passar o intercâmbio todo sozinho pra lá e pra cá. A WU Wien oferece dois meios de facilitar este processo: um deles é o curso de alemão para intercambistas e o outro é um mês de atividades culturais junto com a faculdade, onde eles levam os intercambistas para diversos pontos turísticos e simbólicos da cidade de Viena. Os cursos custam respectivamente 100 e 150 Euros.

Eu fiz apenas o curso de alemão pensando que ficaria muito pesado no início fazer os dois, mas me arrependo de não ter feito o outro. Mesmo assim fiz muitas amizades com o pessoal da minha sala, que por coincidência morava na mesma acomodação que eu. Já no primeiro dia nos reunimos para beber um vinho e terminamos a noite em uma balada muito legal de Viena, a “Travel Shack”.

Sobre as aulas da universidade para intercambistas, gostei bastante! Os professores são jovens, com inglês perfeito e abordagem bem prática e didática. Vou dar exemplo de duas matérias que eu fiz. A primeira era IB HELPS: Developing a fundraising project. Nesta disciplina tivemos 3 aulas onde a professora nos ensinou a teoria de como criar um projeto nos âmbitos de marketing, logística e financeiro.

Posteriormente, os alunos tinham que criar um projeto para levantar fundos para uma ONG que constrói escolas em Togo (achei MUITO legal fazer um projeto REAL!). Até a quantia de dinheiro levantada era levada em consideração. O meu grupo fez um projeto nas creches, onde as crianças pintavam pedras com o tema “Educação em Togo” e postavam nas redes sociais. Assim, empresas com grande responsabilidade social pagavam uma quantia por cada pedra pintada e postada nas redes sociais.

A segunda disiplina se chamava: Learn how to build your own business. As aulas consistiam em criar a própria Start-up (um novo modelo de negócios utilizado pela Google, Facebook e novas grandes empresas do mundo). Neste caso, criamos um restaurante de estações: cada semestre trazia chefe de um determinado país para ampliar o conhecimento sobre este país, proporcionando ensino da cultura aos clientes, comidas temáticas, etc. Este projeto ficou só no papel mesmo, mas foi bem interessante ver os detalhes de como fazer um projeto desses. Tivemos que entender desde onde guardar cada panela que estaria no restaurante até o conteúdo cultural que seria ensinado. Tudo para ser um negócio de sucesso!

Além das matérias curriculares, cursei também as aulas de alemão oferecidas gratuitamente pela universidade ao longo do semestre. Achei bem complicado aprender essa língua. Hoje em dia, consigo entender algumas frases e ter uma conversa básica. Acho que o que dificultou o aprendizado foi a facilidade de falar inglês na Áustria, mas mesmo assim acho válido fazer o curso para ter pelo menos uma noção da nova língua. Vai que você precisa de ajuda e não encontra ninguém que fale inglês por perto? Pode ser que o básico te salve!

Outra coisa que torna difícil o aprendizado da língua alemã é a dificuldade em fazer amizade com estudantes austríacos porque eles levam uma rotina muito diferente da nossa. Têm mais aulas e acredito que de níveis mais elevados. As amizades ficam basicamente entre intercambistas mesmo e isso não é um problema, já que eu adorei as experiências culturais que tive!

Fiz muitos amigos de verdade no período do intercâmbio. Almoçávamos, jantávamos, viajávamos juntos e isso fazia deles praticamente minha família. São pessoas que realmente ficarão marcadas para o resto da vida.