Estou pensando seriamente em inventar uma TPM e colocar a culpa nela. Duas revoltas em dois posts seguidos é pancadão!

Mas a de hoje merece um post. Depois que entrei nessa onda de blog, eu amo ler blogs. Vou clicando, clicando e leio vários até ver que já passa de meia noite e me deito para dormir (tá, exagerei). Nestas andanças, vi um que parecia muito bacaninha. Li o último post que a menina escreveu e continuei clicando, mas o que ela falou não me saía da cabeça e corri pra cá. Pelo que eu entendi, ela dizia que não tinha saudades do Brasil e também não tinha orgulho de ser brasileira, porque ela não escolheu ter nascido no Brasil e poderia ter nascido em qualquer outro país. Já li isso em muitos blogs e convenhamos que não é muito difícil encontrar alguém com a mesma opinião. Estou longe de querer levantar polêmica, briga e afins, só quero expor minha opinião no meu blog. – Ainda bem que eu inventei a TPM no início do post, né? haha

Eu não serei hipócrita de falar que tenho saudades de morar no Brasil. Disso eu também não tenho e só por dois motivos: aqui eu não tenho medo da violência como tinha quando morava em Brasília (antes era tranquilo, mas ouvir que familiares foram assaltados na porta de casa, foram quase sequestrados e etc) me tiram o sono e me trazem um conflito: ao mesmo tempo que estou feliz por não me preocupar tanto com isso, acabo me preocupando pelos que eu amo e estão por lá. O outro motivo é que a vida aqui é muito mais justa. Uma vendedora (como eu fui) consegue com seu próprio salário pagar aluguel de um apê de 60m2 (não no centro, mas como eu moro em aldeia, acaba que é tudo perto), comprar coisas pessoais (claro que não dá para comprar uma Louis Vuitton por semana, PORFA), mas dá para viver tranquilo, o que não dá no Brasil.

Concordo que muitos brasileiros têm orgulho do país só quando estão no exterior, mas fico feliz por não ser uma dessas pessoas. Eu sei que temos nossos defeitos, como a Alemanha também tem e também descobrirei os defeitos da Áustria. Eu tenho saudade do sol, do suco de laranja feito na hora (aqui até em hotel e restaurantes é industrializado! Dá para fazer em casa, claro e já consegui encontrar em shopping, mas é difícil!), do feijão, do requeijão e do João. (BRINKS! Só pra finalizar com ão.)

Claro que eu não tenho o direito de dizer do que outra pessoa tem que sentir saudade, se tem que ter orgulho de onde veio ou sei lá mais o que. E nem quero ser “uma brasileira melhor” porque eu tenho saudade, sim, de algumas coisas do nosso país, mas nada tira o orgulho que tenho por ser brasileira. Como teria se tivesse nascido indiana, americana ou japonesa.

Com a mesma revolta que vejo os brasileiros que só amam o Brasil quando estão em outro país, eu vejo os brasileiros que esquecem a sua origem, morrem por um Green Card ou qualquer outra autorização de permanência no exterior. Será que essas pessoas também veem o lado negativo do país onde estão ou pior: veem, mas escondem e só ficam a falar mal do Brasil?

Minha adaptação na Alemanha não foi nada fácil e isso deve ter um motivo: Eu amo o Brasil (não só na Copa).